Borges - o gaiteiro - R16C5
No último dia 10 de maio, lamentamos a partida do músico Luiz Carlos Borges.
Borges deixou uma obra vasta e eclética, que viajou pelos mais diversos segmentos da música regional, trazendo sons e conceitos variados, que tornam sua música, única.
Este é um episódio diferente, para homenagear um artista diferenciado.
Venha conosco viajar pela história, e matar um pouco desta saudade.
Venha ouvir Borges – o Gaiteiro.
Produção e apresentação: Osmar Antonio do Valle Ransolin.
Revisão e co-produção: Franciela Mara Córdova Ransolin.
Participação: Joca Martins, Ângelo Franco, Érlon Péricles e Mauro Ferreira
Locução de trilhas: Mário Lima.
POESIAS E MÚSICAS
Canto de Saudade a Luiz Carlos Borges
De Chico Fontella, Osmar Ransolin e Pedro Júnior da Fontoura.
Por Pedro Júnior da Fontoura e Joaquim Velho.
E o Borges então, partiu,
Se bandeou pro outro lado
Deixou um rico legado
A cada um que lhe ouviu,
O coração que se abriu
Pra este verso derradeiro,
Traz o canto do Tropeiro
Que a tristeza silenciou
E a gaita, que se calou,
Porque lhe falta, o Gaiteiro.
Há uma história esquecida
De um pai que era tropeiro,
De um “Coração de Gaiteiro”
E uma arte reprimida,
Tangendo a “Tropa da Vida”
Um dia cruzou porteira,
E da região “Missioneira”
Se bandeou “Al Trotecito”
Vivendo meio proscrito
Nalgum “Baile de Fronteira”.
Um “Tropeiro Missioneiro”
“Nordestucho” na essência
Atravessou a querência
Com o seu “Barco Pesqueiro”,
E se tornou “O Forasteiro”
“Viramundo” no retoço,
“Gaudério” já desde moço
Deixando sempre “Lembrança”
Mantendo viva a criança
Em cada “Tropa de Osso”.
Da gaita brotam enredos
Do violão pura magia,
No canto e na poesia,
Desvendando mil segredos,
A música é um brinquedo
A enternecer corações,
Foi mestre por gerações
- Um artista universal -
Do mundo, mas regional,
Dos teatros e dos galpões!
Numa “Prosa de Galpão”
encontrou a “Feiticeira”
e a “Tristeza chamamecera”
lhe disse: “Não chore, não”.
Foi “Na garupa do baião”
reescrever o “Pergaminho”,
fazer seus próprios “Caminhos”
entre o sul e o “Pantanal”
e numa “Charla de Natal”
cantou o “Romance do Gaguinho”.
No “Itinerário da Rosa”
transcendendo algum poema
num “Romance da Rosa Plena”
fez “Portal” da própria prosa,
num “Devaneio” pra mimosa
disse “Apurate José”,
deu um pulo “Em Santo Tomé”
adonde “El amor és rio”,
“Era uma vez o que se viu”
junto ao “Peão do meu Bagé”.
Em cada álbum a excelência
“De véio pra véio” e pra véia
Viu “O milagre da Dorotéia”
“Com saudade” da querência,
E da “Guitarra”, com paciência
Junto ao “Florêncio e Florentino”
E dos chamigos argentinos,
Dom Borges abriu garganta
para o “Tricolor dos Pampas”
eterno amor desde menino.
Foi tocar gaita no céu
Encilhando um pingo bueno
Cruzou num trote sereno
Levando poncho e chapéu,
Como folha de papel
Pegou carona no vento
E partiu pro firmamento
No seu estilo bem taita
Com a alma atada na gaita
E um verso, de testamento!
Abraçou “Florêncio Guerra”
Com seu toque de cordeona
E do “Romance na Tafona”
Levou o amor pela terra
No “Vidro dos Olhos” encerra
A arte e o sentimento
Cada um no seu momento
Fruto do amor sem fim
Dom Borges foi um clarim
Um precursor do seu tempo.
O Borges virou história
Como gaiteiro afamado
Deixou um rico legado
E sua saudosa memória,
Teve carreira de glórias
Foi artista por inteiro,
Vate maior, missioneiro,
Que no último compasso
Foi tocar um gaitaço
No céu maior, dos gaiteiros.
Tropa da Vida
De Telmo de Lima Freitas
Por Luiz Carlos Borges
Tropa de Osso
De Humberto Zanatta e Luiz Carlos Borges
Por Luiz Carlos Borges
Florêncio Guerra
De Mauro Ferreira e Luiz Carlos Borges
Por Luiz Carlos Borges e Mauro Ferreira
Cantiga de Ronda
De Telmo de Lima Freitas
Por Luiz Carlos Borges
Misionera
De Mauro Ferreira e Luiz Carlos Borges
Por Mercedes Sosa e Luiz Carlos Borges
Baile de Fronteira
De Mauro Ferreira e Luiz Carlos Borges
Por Luiz Carlos Borges
Coração de Gaiteiro
De Mauro Ferreira e Luiz Carlos Borges
Por Luiz Carlos Borges.
Romance na Tafona
De Antonio Carlos Machado e Luiz Carlos Borges
Por Luiz Carlos Borges.
Vidro dos Olhos
De Apparício Silva Rillo e Luiz Carlos Borges
Por Luiz Carlos Borges.
TRILHAS E VINHETAS:
André Teixeira
Nos campos do Guarda-Mor . Uma cruz no horizonte . Na vila das Lajens . Arranjos da tarde . Num pouso em Curitibanos . Bailito de fronteira . Chegando em Sorocaba . Numa quermesse povoeira . Tangendo tropa . Pra um domingo de carreira . Valseio de pé trocado . O passo de Santa Vitória . Na volta pras casa.
Kayke Mello
Costado para os de antigamente . Pra um versito de campo . Costado à dom Cristóvão . Ao sol da manhã . Milonga al Pajonal . Un Buenos Dias, Senõres . Un Chasque al Pueblo . Viejita Milonga . Guitarreada . Chamarrita pra um verso campeiro . Um chasque ao bolicheiro . Num trote . Rumando a Charqueada.
Marcello Caminha Filho
Beira da Sanga . Campesina . Litoraleña . Lumiar . Plata.
Charlise Bandeira e Júnior Müller
Cheiro de café . Eluarada . Esperanza . Misteriosa . Morena Faceira . Oração . Choro Campeiro . No interior . Na fazenda . Imigrantes .
Joaquim Velho
Chamamé pra ti . Entre nós . Eu sou gaúcho . Tanto a teus pés . Milonga del camino.
Quinto Oliveira
Bugio . Chamamé . Chamarra . Valsa . Zamba . Candombe . Chacarera . Milonga . Milonguita . Vaneira . Bugio tropeiro . Chamamé . Chamarra campeira . Valsa de sonho . Zamba.